Passados mais de 30 anos do início da chamada “globalização neoliberal”, o modelo de mundialização da economia via abertura e desregulamentação global dos mercados em termos de comércio e investimentos produziu uma economia global nas mãos de um número cada vez menor de grupos econômicos e uma distribuição de riqueza recordista em termos de desigualdade. Essas são as duas características centrais do que chamamos de capitalismo extremo: a extrema concentração de riquezas e a tendência à extrema concentração da propriedade e controle das empresas.
CADA VEZ MENOS E MAIORES EMPRESAS
Em 2011, dos 43 mil grupos empresariais mais importantes do mundo, apenas 737 controlavam 80% do mundo corporativo, sendo que, destes, um núcleo de 147 controlava 40%.1
No Brasil, temos forte presença de conglomerados empresariais”, com donos com propriedade cruzada em várias empresas, consórcios (vários donos associados a um mesmo projeto ou empresa) e pirâmides de controle (donos com participações em uma empresa intermediária que, por sua vez, agrega posições em diversas outras).2. O principal problema desse cenário é a redução da competição.
Na última década, ocorreu uma aceleração das fusões e aquisições3. Por exemplo: a United Health, dona da Amil, comprou o Hospital Samaritano de São Paulo por R$ 1,3 bilhão; e a Estácio Participações adquiriu a Faculdade Nossa Cidade pelo valor de R$ 90 milhões.
A CADA DIA, UM BRASIL E UM MUNDO MAIS DESIGUAIS
A Oxfam (2016) publicou um informe baseado em relatório do Credit Suisse que afirma que “a distância entre ricos e pobres está chegando a novos extremos”, sendo que “o 1% mais rico da população mundial acumula mais riquezas atualmente que todo o resto do mundo junto”. Nosso país é um dos mais desiguais do mundo: 0,5% da população economicamente ativa concentra 43% da riqueza4 e os 8% mais ricos possuem 87%. Apesar de políticas redistributivas nos últimos anos terem da riqueza contribuído para aumentar a participação dos mais pobres na riqueza nacional, o processo de acumulação do capital tem crescido velozmente. 5
Leia aqui o texto completo.